segunda-feira, 26 de abril de 2010

domingo, 25 de abril de 2010

25 de Abril


Abril de Abril


Era um Abril de amigo Abril de trigo

Abril de trevo e trégua e vinho e húmus

Abril de novos ritmos novos rumos.


Era um Abril comigo Abril contigo

ainda só ardor e sem ardil

Abril sem adjectivo Abril de Abril.


Era um Abril na praça Abril de massas

era um Abril na rua Abril a rodos

Abril de sol que nasce para todos....


Abril de vinho e sonho em nossas taças

era um Abril de clava Abril em acto

em mil novecentos e setenta e quatro.


Era um Abril viril Abril tão bravo

Abril de boca a abrir-se Abril palavra

esse Abril em que Abril se libertava.


Era um Abril de clava Abril de cravo

Abril de mão na mão e sem fantasmas

esse Abril em que Abril floriu nas armas.


Manuel Alegre

terça-feira, 6 de abril de 2010

Descobre a Primavera!

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Quando a imagem aparecer, clica no vidro da janela e vai arrastando o rato pela tela toda.

PRIMAVERA

Pinto na tela um céu azul claro,
Raios de sol que rompem, brilhantes,
Irisados de tons de encanto raro,
Mantos de relvado verdejantes...
Andorinhas atravessam as cores,
Voam pelo espaço etéreo sem fim...
Entre as ervas nascem mil flores:
Rosas, cravos, amores e jasmim...
A Primavera é assim, pintada por mim!

Pintora de Palavras

sábado, 3 de abril de 2010

Páscoa Feliz!

(Clicar sobre a imagem para ampliar)

Páscoa com Jogos!


Clica AQUI e diverte-te! Quando o jogo abrir, faz duplo click em "Joga"

Páscoa no Minho

Visita Pascal numa das aldeias de Portugal

Casa da Ponte de S. Pedro - Vieira do Minho

Páscoa

É tempo de Páscoa no Minho florido.
Já se ouvem os trinos dos sinos festeiros
Na igreja vestida de branco vestido,
Entre o verde manso dos altos pinheiros.

Caminhos de aldeia, que o funcho recobre,
Esperam, cheirosos, que passe o compasso
À casa do rico, cabana do pobre...
Já voam foguetes e pombas no espaço.

Lá vêm dois meninos, com opas vermelhas,
Tocando a sineta. Logo atrás, o abade
Já trôpego e lento. (As pernas são velhas?
Mas no seu sorriso tudo é mocidade.)

Com que unção o moço sacristão, nos braços,
Traz a cruz de prata que Jesus cativa,
Para ser beijada! Enfeitam-na laços
De fitas de seda e uma rosa viva.

Um outro, ajoujado ao peso das prendas
(Não há quem não tenha seu pouco pra dar...)
Traz, num largo cesto de nevadas rendas,
Os ovos, o açúcar e os pães do folar.

Mais um outro, ainda, de hissope e caldeira
Cheia de água benta, abre um guarda-sol.
Seguem-nos, e alegram céus e terra inteira,
Estrondos de bombos e gaitas de fol.

Haverá visita mais honrosa e bela?
Famílias ajoelham. A cruz é beijada.
(Pratos de arroz-doce, com flores de canela,
Aguardam gulosos na mesa enfeitada.)

Santa Aleluia! Oh, festa maior!
Haverá mais bela e honrosa visita?
É tempo de Páscoa. O Minho está em flor.
Em cada alma pura Jesus ressuscita!

António Manuel Couto Viana